A diferença é intrigante. Dois frangos da mesma idade. Um, caipira, outro de granja. O que explica o super crescimento de um deles? O frango de granja já nasce com vantagem: é fruto de 50 anos de seleção genética. Só são usados para reprodução os que crescem muito e rápido. Depois, tem o tratamento constante. Nas granjas modernas, temperatura, umidade, iluminação, tudo é controlado. As aves conseguem expressar todo seu potencial genético, porque elas não sentem frio, não sentem calor, tem ração à vontade o dia todo e a água é fresca também o dia todo. Água filtrada, para garantir a saúde dos frangos. E a alimentação, tem hormônios? O frango não toma hormônio. O que existe a respeito é uma confusão, porque são usados na ração os promotores de crescimento. Isso acabou virando mito. Os promotores de crescimento são enzimas, proteínas, vitaminas e os chamados probióticos – que aumentam a absorção de nutrientes, fazendo o organismo aproveitar ao máximo o alimento. Desse jeito, a produtividade do frango deu um salto em 20 anos. Levava 50 dias para pesar 1,8 quilo, comendo 2,4 quilos de ração. Agora, em 40 dias chega a 2,4 quilos comendo só 1,8 quilo de ração. O crescimento mais rápido é fruto de uma nutrição adequada, uma genética adequada. Os cuidados em relação à carne do frango devem ser em relação a contaminação por salmonela, que também pode estar presente em ovos, carnes de pato ou peru e no leite. Os antibióticos que podem fazer mal pra nós, são proibidos. O país segue as normas estabelecidas em mais de cem países que compram o frango brasileiro. E não existe o frango “tipo exportação”. Como de cada quatro produzidos aqui, um é vendido lá fora. Ficaria muito caro para a indústria manter duas linhas de produção. Por isso, o frango que vira galeto no Brasil é o mesmo que vai para a mesa dos europeus.