A droga favorita de muitos desportistas é o etanol, o álcool presente na cerveja, vinho e bebidas em geral. Mas infelizmente, os efeitos endócrinos do álcool são exatamente o oposto daquilo que os atletas tentam obter. O consumo crônico de álcool danifica as células Leydig nos testículos, que são as células produtoras de testosterona. O etanol também participa em aumentar a concentração da proteína de transporte SHBG no sangue. Essa proteína se liga a testosterona e diminui a sua atividade biológica. Estudos realizados indicaram que a ingestão de álcool estimula enzimas no fígado que convertem a testosterona em estradiol (hormônio predominante feminino) e inibem a produção de receptores de estrogênio. Este processo de conversão de Testosterona em Estradiol se chama aromatase e é o que pode gerar ginecomastia no homem e aumento de gordura abdominal lateral - famosa "boinha". Os homens que bebem muito têm uma contagem de esperma mais reduzida e gametas com menor mobilidade. O consumo de álcool afeta também os hormônios responsáveis pelo crescimento, prejudicando o ganho de massa magra. Na mulher, a ingestão de álcool traz consequências como diminuição da libido, reduções no bem-estar, alterações de humor, falta de motivação e fadiga persistentes, pois ocorre uma drástica redução do número de receptores de androgênio. Não é à toa que muitos especialistas se referem ao consumo de álcool como “uma forma química de castração”. Os efeitos da ingestão de álcool no pós-treino também são negativos. Se ingerir álcool depois de ter realizado uma sessão de treino, os seus músculos irão recuperar-se de forma mais lenta, uma consequência do baixo nível de testosterona.