Um estudo apresentado durante o último Encontro Científico da Associação Americana do Coração, realizado em Nova Orleans, traz ótimas notícias para os pacientes com colesterol altíssimo: a droga evolocumabe, da farmacêutica Amgen, mostrou-se capaz de diminuir a aterosclerose — as placas de gordura que se depositam nas paredes dos vasos sanguíneos e causam infarto e acidente vascular cerebral. O remédio, disponível no Brasil desde o meio de 2016, faz parte da classe dos inibidores de PCSK9. Ou seja, ele incentiva a retirada de circulação do LDL (o colesterol ruim) pelo fígado. Além do remédio da Amgen, faz parte da turma o alirocumabe (já aprovado), do laboratório Sanofi. Os resultados, publicados no Journal of American Medical Association (Jama), revelam que 64% dos voluntários que passaram pela terapia com o inibidor de PCSK9 tiveram uma regressão significativa da aterosclerose. O efeito foi duas vezes superior ao obtido apenas com a estatina. Cerca de 90% dos pacientes tratados com as duas medicações ainda atingiram níveis de LDL menores que 70 miligramas por decilitro de sangue, valor considerado ideal para quem possui um risco maior de doenças cardiovasculares. É importante dizer que essa classe de medicações não chega para substituir as estatinas e/ou um estilo de vida saudável, que continuam como primeira escolha de tratamento para a maioria dos casos - pela associação cardiológica - e Ainda é uma medicação recente, sem grandes estudos. Mas ela pode ser uma aliada valiosa nas situações em que esses comprimidos não são tolerados ou não funcionam como o desejado. Evolocumabe e companhia também figuram como opção nos casos de hipercolesterolemia familiar, uma condição genética grave e relativamente comum, marcada pelo LDL acima dos 200 e com poucas soluções realmente efetivas à disposição.