Já se sabe que fatores externos ao DNA podem inibir ou ativar determinados genes. As marcas epigenéticas podem surgir em regiões especificas de um gene, e marcam ou desmarcam o seu início ou fim, silenciando-o ou ativando-o. Desta forma traumas gerados por influência ambientais, como o tabagismo e estresse podem afetar filhos e até netos. Um estudo realizado nos Estados Unidos, com 32 que haviam ficado presas em campos de concentração na Segundo Guerra Mundial, vivenciando tortura e sofrimento, apontou que seus filhos possuem maior chances de apresentar distúrbios relacionados ao estresse quando comparados com filhos de famílias judias que viveram fora da Europa durante esse período e, portanto, não foram confinadas nesses campos. Outros estudos, como um realizado com mulheres holandesas que tiveram suas filhas no período de maior fome no país, indicaram que uma determinada região de um gene ligado ao estresse é susceptível a mudanças ambientais, moldando nossa maneira de lidar com o ambiente, descartando a hipótese de que esse trauma seria consequência de vivencias das próprias crianças. Em resumo, tais traumas podem ter marcado o material genético dos pais, afetando seus filhos. Daí a importância de cuidar dos seus hábitos… eles podem afetar seus filhos mais profundamente do que você imagina.