O ideal é sempre consultar um médico para saber se pode ou não fazer um jejum intermitente. Quem tiver tendência à hipoglicemia, como as pessoas com diabetes tipo 1, insuficiência hepática, insuficiência renal e anorexia nervosa, podem ter graves quedas de açúcar no sangue. Já no caso do diabetes tipo 2, que representa 90% dos casos dessa doença, o jejum intermitente é uma opção de tratamento. Por contribuir diretamente com a perda de peso, o jejum intermitente funciona como um tratamento da resistência à insulina - condição de saúde que eleva o risco do diabetes tipo 2. Me perguntaram se o jejum prejudica o pâncreas? Na verdade, esse regime também acaba "dando uma folga" para o pâncreas, que baixa sua produção hormonal. Nas pessoas com diabetes tipo 2, o pâncreas perde progressivamente sua capacidade de produzir insulina nas quantidades necessárias para eliminar a glicose absorvida após as refeições, fazendo com que as concentrações de açúcar no sangue subam. Com a diminuição de refeições estabelecidas pelo jejum intermitente, o pâncreas trabalha menos e contribui nos cuidados contra o diabetes tipo 2. De acordo com o Dr. Antonio Roberto Chacra, Endocrinologista no Hospital Sírio-Libanês e professor da Universidade Federal de São Paulo, o jejum intermitente já faz parte das recomendações no tratamento da doença. Resultados de estudos com ratos demonstram os benefícios regenerativos no pâncreas através do jejum. Isso também pode ser possível em humanos, aguardemos os estudos. A regeneração ocorre em um tipo especial de célula no pâncreas: as células beta. São elas que detectam o açúcar no sangue e, se este nível estiver muito alto, liberam insulina, o hormônio que pode controlá-lo. Se isso for comprovado, poderá beneficiar também em diabetes tipo 1, recuperando parte do pâncreas que não estava mais funcionando.