Continuando a falar sobre a importância da microbiota intestinal, os estudos se estendem, e cada vez mais se descobrem os fatores relacionados a ela. Durante o 44° Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, em outubro/2017, foi apresentada uma Metanálise de estudos de administração de probióticos no período neonatal que encontrou redução dos níveis de IgE total e sensibilização atópica, mas não redução de asma ou sibilância. Há poucos estudos com probióticos na prevenção de alergia alimentar documentada por testes de provocação oral. Em pacientes com APLV (alergia à proteína do leite de vaca) comprovada, o tratamento com Lactobacillus casei e Bifidobacterium lactis por 12 meses não interferiu na resolução da APLV. No entanto, o tratamento com Lactobacillus rhamnosus associado à fórmula de caseína extensamente hidrolisada aumentou a resolução de APLV comparada com grupo que recebeu fórmula hidrolisada isolada. Outras revisões sistemáticas apontam para a redução de sintomas com a suplementação de probióticos em pacientes com APLV, porém devido a falta de estudos e a grande variedade de probióticos, a Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica (EAACI) não se definiu sobre a suplementação de probióticos em longo prazo para tratamento de alergia alimentar. O Painel da World Allergy Organization (WAO) realizou revisão sistemática de estudos randômicos e controlados de prebióticos na prevenção de alergia e sugeriu a suplementação de prebióticos em lactentes não amamentados exclusivamente ao seio para a prevenção de doenças alérgicas, para reduzir o risco de asma / sibilância recorrente e alergia alimentar. Acredito que muito mais ainda virá sobre estudos nessa área. Por enquanto já podemos ir usando os pre/probitóticos que sabemos os benefícios, permitindo assim tratar/prevenir doenças sem efeitos colaterais.